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sábado, 23 de junho de 2018

Sobre os últimos meses



Olá Spooks, tudo bem?
Olha que lindinha essa foto de eu sorrindo, só pra não chorar.
As coisas foram acontecendo e eu acho que não me expliquei direito até agora.
Tenho ciência que estou ausente no blog e que o conteúdo aqui tem ficado bem obscuro ultimamente, sem momentos de descontração e distração, mas hoje vim explicar resumidamente o que veio acontecendo. Então vamos lá:
Em janeiro de 2017, minha irmã mais nova que eu, com a qual eu não me lembro de não ter vivido junto, a Emily, morreu de Câncer com apenas 21 anos.
Ela tinha planos de ter uma família, de casar, evangelizar pelo mundo agora que tinha aderido à uma religião, e estava fazendo faculdade de RH. Tudo bem que ela trocava qual profissão queria ter de semana em semana, mas ela tinha planos, objetivos traçados. Minha irmã comia de quase tudo, já tinha feito atletismo e tinha uma vida ativa.
Do outro lado tinha eu: cansada, desesperançada, triste, sem sonhos e sem vontade de viver, tentando preencher minha vida com o que quer que fosse. Não são talentos, são tapa buracos. Sedentária e desmotivada, depressiva, querendo, quase clamando pra morrer.
Então, minha irmã, cuja responsabilidade de cuidar eu me atribuí estava com câncer e não havia nada que eu pudesse fazer.
Nas horas difíceis que a gente percebe o quanto é medíocre.
Eu me lembro de ter ficado com raiva dela por ter tido câncer, pois eu não poderia me matar, porque seria muita coisa pra minha mãe suportar e agora eu não podia mais. Eu lembro de culpá-la pela própria doença por causa de suas ações. Fui o pior tipo de pessoa que alguém pode ser, egoísta, e me envergonho disso.
O câncer dela foi evoluindo aos poucos. No começo a gente até brincava com a situação, mas foi ficando cada vez mais difícil conforme a gente via que estava piorando. Eu depois de me arrepender do que eu tinha pensado, fiquei indignada com Deus. Por que, agora que ela tinha se aproximado dEle essa doença surgira? Por que em vez de tantas pessoas que fizeram atrocidades, mataram, abusaram, estupraram e torturaram outras Ele havia escolhido minha irmã? Por que não eu, que não estava nem aí pra minha vida, empurrava ela com a barriga e me matava aos poucos?  Me senti inútil, incapaz, fraca, a pior irmã que ela poderia ter, porque eu simplesmente não sabia como agir, como proteger minha irmã e defender ela daquela bosta de doença que tinha crescido nela.
Eu queria morrer mais ainda do que antes, quando o câncer foi para o peritônio, eu suplicava pra Deus me passar aquela dor, pra que ela não sentisse. Eu via ela gemer de dor, chorar, pedir aos prantos pras enfermeiras aplicarem mais uma dose de morfina para amenizar a dor dela.
Quando ela estava bem a gente conversava, brincava e brigava. Eu traficava comida pra ela e comíamos escondida, eu simplesmente fingia que estava tudo bem quando ela passava mal quando estava sem sonda, só porque ela odiava usar aquilo e não queria colocar, a gente brigava também, porque ela não deixou de ser teimosa em nenhum momento, muito menos eu.
Ela dizia que acreditava que tinha que passar por tudo isso pra testemunhar pro mundo como Deus tinha salvado ela. Dizia que, mesmo que morresse, que se a doença aproximasse a família de Deus, que isso já seria um milagre.
Eu orei pra Deus, usei todas as minhas forças pra que ele fizesse um milagre e curasse ela. Eu supliquei, eu acreditei de verdade. Mas Ele tinha sido impassível quanto ao destino dela.
Numa das noites que eu estava no hospital com ela eu tive que ouvir ela pedir para ser sedada, mesmo sabendo que talvez isso implicasse nela nunca mais acordar. Ela dizia que eu não tinha idéia da dor que ela sentia, e eu sabia que não. Ela disse que queria dormir e a médica a sedou. Foi um momento muito estranho. Eu mandei mensagem pra minha mãe falando que ela tinha pedido para ser sedada e fiquei ali do lado dela esperando. Eu literalmente tive que ficar esperando minha irmã morrer porque ela queria assim. Só ela sabia o que ela estava sentindo, e eu acreditava nela, eu estava ali por ela. O sedativo não funcionou e eu, no fundo fiquei feliz por isso. Ela estava ali de novo, tinha sido por pouco.
Lidar com alguém nessa situação é muito difícil. Somos egoístas. Muito mais do que imaginamos. Até que ponto chegamos? Permitir uma pessoa sofrer de dor só para tê-la só mais um momento com a gente, deixar alguém que amamos passar por tudo isso? A esperança também pode ser ruim. A gente nunca quer desistir do outro, mesmo que a pessoa em questão queira descansar e não mais sentir dor. Fazemos o que for pela pessoa, mas desistir sempre está fora de cogitação.
No dia que ela morreu era pra eu ter dormido no hospital com ela. Eu estava cansada e não fui. Eu sei que se eu tivesse ido, provavelmente teria desligado a máquina de sedação pra ela acordar e a gente conversar de novo. Mas não foi assim que aconteceu. No dia 21 de janeiro minha mãe mandou que ela tinha morrido. Eu avisei minha família e fomos no hospital vê-la. Não sei por que eu fiz aquilo, não deveria ter ido. Sua mão ainda estava morna e a barriga, o câncer, vivo dentro dela, a única parte quente do corpo dela. Eu segurei a mão dela ali uma última vez. Eu chorei. Tudo tinha acabado. Tudo.
Eu não fui ao velório, nem ao enterro dela. Ela já tinha ido ver minha irmã sem vida numa cama de hospital. Já havia me torturado o suficiente. Não ia aguentar a falação que é um velório, o evento social que fazem disso com o corpo da minha irmã exposto, como nada. Não fui e não me arrependo.
Enquanto todos estavam lá eu fiquei em casa. A Gi veio e ficou comigo. Eu distraí minha cabeça, assisti TV e mesmo quando vieram comer e me ofereceram pela terceira vez pra ir eu não fui. Tudo já tinha acabado.
Eu nunca disse um Adeus pra minha irmã, e nem queria. A última vez que a vi ela tinha mudado de quarto. O namorado dela tinha acabado de chegar e, aproveitando que a família do "colega de quarto" dela não estava, ela pediu pra que eu empurrasse a cama do outro paciente mais pra perto da parede, pra sobrar mais espaço pra ela. O último olhar que ela me deu foi de arteira. Lembro que abracei ela rapidamente e saí. Foi um até, não um Adeus.
Minha irmã lutou muito, muito mesmo. Mais do que qualquer um que eu conheça teria lutado. Ela queria viver, e isso era incompreensível pra mim. Eu não entendia. Mas tentei ver o lado bom da vida, por ela.
No dia seguinte fui na casa de uma amiga espírita e ela me deu uma nova perspectiva. Parei um pouco de culpar Deus e comecei a digerir melhor a morte da minha irmã. Tive esperança e passei a ver tudo de uma forma diferente. Comecei a frequentar um Centro Espírita e confesso que fiquei bem melhor, havia feito as pazes com Deus não só pela Emily, mas por muita coisa. Pensei que se nem eu queria mais viver aqui, porque ficar prendendo minha irmã nesse mundo tão cruel? Finalmente eu havia aceitado a morte dela, eu queria que ela estivesse bem, e não preocupada ou triste. Fiz isso por nós duas.
Mesmo lidando melhor com a morte da minha irmã, confesso que não foi nada fácil.
Minha mãe, irmãos, tias e quase todos a minha volta estavam ainda muito fragilizados e em um luto intenso. Em vez de se unirem cada um ficou em seu canto, sofrendo sozinho. Eu tentava mostrar essa nova perspectiva mas só estava conseguindo piorar as coisas (no pensamento funciona, mas na hora de formar palavras, dá merda). Então me afoguei no trabalho. Fiz da escola que eu trabalho um filho e dei toda minha atenção, força e dedicação pra ela. Trabalhava o dia inteiro, as vezes pulava almoço, ficava até tarde, trazia trabalho pra casa e quando não trazia, ficava pensando no trabalho o tempo todo pra não ter que lidar com a minha família. Foi a pior merda que eu fiz.
Com um tempo comecei a pegar tudo pra mim. Quanto mais responsabilidade eu tinha, mais eu pegava. Me lotei de trabalho. E, como havia me responsabilizado pela Secretaria, agora eu tinha que tomar conta de tudo e, já que eu vou ter que responder por qualquer erro, melhor que seja meu. Não deixava nada quase pra outras pessoas fazerem (até hoje não deixo muito). Daí começou a síndrome de Burnout. Comecei a não dar conta, entregar coisas em cima do prazo, começaram a surgir pequenos erros devido à falta de atenção e isso foi gerando frustração, estresse, aquele tão recorrente sentimento de inutilidade e uma depressão.
Cheguei a procurar ajuda. Fiz terapia, tratamento espiritual, mas aos poucos o trabalho foi me consumindo mais e mais, até eu não ter forças mais pra procurar ajuda, e desistir.
Eu comecei a me afastar das pessoas, reprimi meus sentimentos pra não sofrer mais. Eu apenas não sinto. Se alguém perder um ente como eu perdi, ou até mesmo eu, não vou agir mais com tristeza, é algo que acontece. Me esforcei ao máximo pra parar de sentir, porque sentir dói muito, e já não tem mais espaço em mim pra dor. Sem sentimentos, sem tristeza, sem alegria, sem sonhos, sem vontades, sem medo, sem esperança, sem vida.
Até pouco tempo atrás minha idéia era me jogar numa avenida movimentada com uma carta no bolso inocentando o motorista pelo acidente, uma carta de suicídio. Mas como penso muito e teria diversas chances de eu não ser a única fatalidade e depois eu me culpar no além, desisti da idéia. Nessa altura eu já tinha perdido o controle e comecei a falar tudo que me vinha a cabeça, sem filtro. Resumindo: está ainda dando merda. Confessei pra duas amigas minhas minha vontade e elas me fizeram prometer não pensar nisso, me dando a missão de cuidar delas.
E é isso Spooks. Por isso que eu sumi nos últimos meses. Não estou bem, porém estou tentando uma outra vez. Não está fácil, mas cá estou.
Foi difícil escrever algumas coisas aqui, mas como disse em outro post anteriormente, preciso esvaziar o copo um pouco. Espero que vocês me perdoem. Espero que e Emily me perdoe. Espero mais ainda que eu consiga me perdoar.


sexta-feira, 22 de junho de 2018

Minha Visão sobre a Síndrome de Burnout


Olá Spooks, tudo bem?
Vocês já ouviram falar sobre a síndrome de Burnout? Pois é, até pouco tempo eu não fazia idéia do que era, porém conversando com minha mãe, dizendo que eu estava preocupada com minha saúde mental, amedrontada com a possibilidade de estar novamente com depressão e por estar sofrendo um alto nível de stress, ela me disse que sua professora havia falado nessa tal síndrome e que ela havia lembrado de mim na hora.
Eu como a curiosa que sou fui no Google e pesquisei o que era, in ou felizmente me encontrando totalmente inserida na definição.
Alto nível de estresse, baixo de concentração, uma necessidade imensa de tentar me provar boa no meu trabalho (porém ao mesmo tempo me achando um fracasso), um cansaço enorme e esgotamento físico, emocional e mental; autocrítica exacerbada, não conseguir mais controlar minhas emoções e segurar meus pensamentos no trabalho, palpitação, dores musculares intensas, pressão elevada sem motivo aparente, tensão, o fato de não estar conseguindo dar conta de tudo apesar da extrema necessidade de e a frequente depressão, desesperança e vazio de sentimentos bons, vontade de sumir e desistir de tudo com a vã ilusão de que umas férias me renovariam.
Pois é Spooks, essas são apenas algumas das coisas que eu estou sentindo. Pelo menos agora sei qual o nome disso e sei que não sou só eu que estou afundando neste barco.
Num quadro geral, para ilustrar, eu me sinto um copo cheio, um copo que no início era fumê, mas que devido ao líquido denso que tem dentro de si, já não consegue esconder esse interior escuro, barulhento e violento. Um copo que já não tem como encher, que absorveu tudo de ruim que podia, sem espaço para mais, que espirra as gotas negras que pingam em si em vez de as absorver e transborda e transborda cada vez mais. Este líquido denso que já o tornou transparente vai fragilizando cada vez mais o copo e cada gota nova que respinga vai causando uma pequena trinca, e depois uma rachadura, até ele quebrar.
Trazendo isso para a vida real, eu sou apenas o copo. Todas as frustrações, traumas e ataques feitos a mim foram absorvidos e eu aceitei-os em meu interior, sempre calada, sempre disfarçando pra ninguém enxergar como eu estava realmente, sendo fumê. Os anos foram passando e eu fui acumulando esses sentimentos negativos, densos e negros dentro de mim, até agora, o ponto que eu já não consigo fingir que eu estou bem, porque transparece minha amargura na minha cara, nesse vidro que agora se tornou transparente. Agora, que já cheguei no meu limite, que o copo encheu, nada mais entra e todas as críticas que chegam já são rebatidas, todas as palavras amargas que chegam são instantaneamente refletidas, com puro ódio. Tudo se paga na mesma moeda. Nada mais entra e eu já não sou quase o copo que eu era. O líquido sujo que havia dentro de mim danificou minha estrutura e meu corpo já não aguenta mais. Minhas costas doem, meu coração dói. E aquela esperança de que umas férias vão me melhorar cai por terra: a única coisa que vai mudar é que o copo não vai mais encher, mas ele não vai esvaziar. E pouco a pouco o copo se perde e se torna o líquido que o preenche. É muito líquido pra pouco copo e uma estrutura frágil demais pra suportar. Estou sem forçar e sem vontade nenhuma de agir, de continuar. Uma pessoa cansada, sem sonhos e sem objetivos, sem razão pra continuar aqui. Um copo sem sustentação.
Eu não sei se vocês entenderam alguma coisa disso tudo Spooks, nem sei se quero que entendam.
Ultimamente eu tenho pensado em quebrar o copo e deixar o líquido escorrer, deixando alguns cacos intactos ainda, pra que reste nem que for um pedaço do que já fui eu. Infelizmente ou não, tem pessoas que não me deixam quebrar, por mais que eu veja isso como uma solução.
Talvez eu precise de um daqueles saquinhos purificadores de água da P&G, ou uma forma de esvaziar pra conseguir pelo menos respirar um pouco. Mas como eu faço isso? Não faço idéia.
Talvez a solução seja mais simples que a de quebrar o copo, mas eu não consigo ver, tá muito denso isso tudo dentro de mim.
Eu sei que Burnout significa esgotada, o que implicaria em me sentir vazia, mas pelo meu ponto de vista esse esgotamento vem do excessivo uso de força para aguentar o trabalho e as dificuldades do dia-a-dia.
Preciso da solução, estou cansada, exausta, sem forças pra procurar.
Não estou com um vazio, estou com um cheio, então antes de falar que é falta de Deus no coração, conheça primeiro minha relação com Ele.
Como eu disse: cheia. Desculpem.

domingo, 17 de junho de 2018

Cansada



Olá Spooks, tudo bem? Espero que estejam.
Esta que vos escreve infelizmente não está bem o suficiente nem para fingir que está.
Já alcancei o esgotamento físico e mental, e temo não conseguir me recuperar.
Porém, fiz algumas promessas à algumas pessoas e como mulher de palavra tenho que cumprir.
Ultimamente tenho pensado bastante na Sra. Ceifadora de Vidas como uma solução aos meus problemas, mas infelizmente ela não pode me ajudar, não agora.
Espero que consiga criar expectativas pro futuro e que consiga alcançar e realizar alguma delas, quem sabe talvez eu tenha alguma esperança...
Esperança é a coisa mais importante que alguém deve ter. A esperança de que tudo vai melhorar e ser mais fácil. Mas esperança é esperar acontecer, e não sei se tenho forças para esperar.
Não sei se tenho forças para alguma coisa.
Já busquei ajuda profissional, mas alguns especialistas simplesmente fizeram descaso dos meus problemas e isso simplesmente me desmotiva a procurar ajuda novamente. Afinal, pra que ir ao médico se este nem vai olhar na sua cara, nem vai te dar importância, muito menos uma solução? E mesmo você falando sua condição te receitará um remédio que em vez de melhorar só piora. Minha dor nas costas por exemplo: Dão remédio para dor, dize que é muscular e só. Nem olham na sua cara, só medicam. Confesso que estou cansada de tomar remédios também.
Acho inclusive que meu mal é puro cansaço. Cansada do trabalho, de casa, da minha vida. Infelizmente esse cansaço me tira todas as forças pra mudar.
Um passo eu já dei: compreendi que não adianta esperar as coisas mudarem ao meu redor. A maioria das vezes elas mudam, se mostram boas no começo, mas no final, acabam piorando de novo. As vezes a pessoa que você acha que seria a solução acaba apenas trazendo mais problemas, muito mais.
Por que nunca está bem, apenas bem? Não estou pedindo pra ficar tudo ótimo, apenas bem pra quando alguém perguntar como eu estou eu possa responder "estou bem" sem ter que mentir.
O que fazer agora? Nem disfarçar mais eu consigo.
Estou usando minhas últimas forças pra procurar uma solução, pra acordar e ir trabalhar, pra tentar sair dessa situação. Espero que dê certo. Te que dar.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Spooking


E aí Spooks, beleza?
Aqui quem vos fala é a Spook mãe.
Pois é, parece que fiquei e ficarei sumida mais tempo do que eu previa.
Estou passando por algumas crises pessoais, e profissionais, uma mistura dos dois.
Pra ajudar minha televisão pifou e meu teclado deu ruim, fica voltando a barra de edição pra trás toda hora, fazendo o texto ficar sem sentido nenhum.
Estou tentando ficar de buenas, mas está difícil.
Quando tudo estava bem, digo, quando os recursos físicos que eu precisava estavam ok, eu estava com preguiça de estar aqui, agora não tenho os recursos e tô precisando mais que nunca desabafar com vocês. Não sei o que fazer. Espero que eu consiga dar conta de tudo o que preciso pra poder voltar efetivamente a postar aqui, pois este blog é uma das poucas coisas que me fazem bem.
Eu tenho vários projetos para ele, eu juro, mas está osso de cumprir.
Eu quero melhorar, mas infelizmente tô me sentindo sem forças pra ir atrás de ajuda e soluções difíceis.
Espero voltar, e espero logo.
Espero que quando eu voltar vocês ainda estejam aqui.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Crise dos 20 e tantos



Olá Spooks, tudo bem?
Percebi que toda vez que venho aqui eu me explico. Sempre me desculpo e falo o porquê de eu estar sumida, o que me levou a "desaparecer" por um tempo do blog, etc. Mas a partir de hoje não. Se eu tiver que falar o que vem acontecendo na minha vida, será porque eu quero desabafar, e não por explicações, porque eu já sou crescida e não devo explicações a ninguém. Isso mesmo, estou rebelde, essa é a fase, me deixa kkk.
Falando nessa fase, ô fase hein?
Não me considero mais criança, nem tampouco adulta. Tipo aquela música da Sandy "Sou jovem pra ser velha e velha pra ser jovem". Não consigo me encaixar em nenhuma dessas classificações. Lembrando que "adolescente" não é uma opção. Passei bem longe dessa fase e mesmo assim ainda estou no meio.
Mas a culpa de tudo isso não é minha. A culpa real é da sociedade. Essa mania estranha de criar padrões, querer classificar e agrupar tudo, colocar tudo em caixinhas específicas separadas dentro de outras caixinhas que estão dentro de outras e mais outras. Confesso que para um computador isso é ótimo. Fazer pastas e classificar todos os seus arquivos, por categorias, datas ou importância é ótimo, facilita a vida, mas fazer isso com pessoas, isso acho que já é demais. Você exagerou sociedade.
Somos pessoas, seres mutáveis, racionais. Definir o que é ou não adequado para "crianças até 4 anos"; "crianças de 5 a 12"; "adolescentes", "adultos", "idosos", etc, é arcaico e ridículo. Idade mental é coisa que não existe em minha opinião. Definir o que é uma atitude ou comportamento "adulto" por exemplo, ou ditar como ou o que a pessoa tem que ser ou fazer algo em determinada idade é simplesmente problemático. Percebo que a cada dia, mais e mais, isso está ficando menos e menos lógico.
Crianças de dois anos já andam, falam e mexem no celular enquanto adultos de quarenta anos ainda compram action figures, bebês reborn e empinam pipas na rua.
Pra quê ficar definindo estereótipo de idade?
Eu tenho 23 anos, fico frustrada de não conseguir atingir as metas de adulto e também frustrada por não poder fazer minhas coisas de criança. Me deixem ser criança, me deixem ser quem eu sou ou pelo menos quem eu quero ser!
Essas expectativas acabam com a gente. Com 23 já era pra eu estar casada, com ao menos um filho, um emprego que pagasse ao menos dois mil por mês, um carro, deveria estar pagando meu apartamento, ter terminado a faculdade e trabalhar na minha área. Como é que se consegue isso? 
Hoje, tudo o que eu tenho é um emprego público que, pasmem, me consome demais devido ao trabalho excessivo que eu tenho que fazer – pois é, a propaganda do "funcionário público que ganha bem e não trabalha quase nada" foi uma simples ilusão – e que, mesmo com função ("promoção", por assim dizer), ainda me deixa com um salário menor que dois mil reais; a certeza de que não tenho condições para ter um filho; a dúvida eterna do que eu quero ser quando crescer – embora eu já tenha crescido há tempos –; revolta; frustração; negligência com a minha saúde; uma bicicleta; um colchão, uma escrivaninha e uma televisão (pra se um dia eu tiver uma casa); mais dúvidas e menos certezas.
Infelizmente essas expectativas geram frustração em qualquer um que não as consegue realizar. Nos tornamos adultos frustrados, correndo atrás do vento, de algo que é praticamente inalcançável. São poucos os que conseguem e é desanimados não ser um deles.
E como se não fosse ruim o suficiente, ainda te julgam se você sente vontade de sair correndo chorando pro colo da sua mãe, se resolve se distrair com seus jogos da infância ou assistindo animações. Te etiquetam de "bebezão" se você gasta todo seu dinheiro com guloseimas ou brinquedos de algo que você gosta; te chamam de inconveniente quando você tem uma dúvida, curiosidade ou questão que aparentemente pros outros não deveria ser perguntada; te ditam o que vestir; te falam o que vai ou não te fazer mal; como você tem que se comportar. Adultos são julgados o tempo todo por coisas que fazem e coisas que deveriam fazer, é um saco. Acho que é por isso que não consigo me considerar adulta, pois simplesmente não consigo aceitar essas condições. Acho ridículo acharem que eu sou menos responsável ou menos capaz de algo só porque gosto de usar tênis e mochila o tempo todo ou ter brinquedos na minha mesa, por ser brincalhona e preferir filmes de animação; comprar ursinho de pelúcia e colecionar alguns brinquedos do Mc Donald's.  Eu consigo ser os dois ao mesmo tempo e não gosto de ser encaixada em um padrão ou outro por causa de ações individuais. Eu não sou uma única ação, um único gosto, eu sou uma pessoa, um INDIVÍDUO, e não aceito ser caracterizada dessa forma. Cada pedaço de mim forma esse todo que sou EU, e meu eu é um todo cheio de pedaços (uns maiores, outros menores) das pessoas que passaram na minha vida.
Acho que por isso que a essa altura as pessoas ficam em crise. A gente começa a questionar tudo, pensar e repensar tudo a nossa volta e no nosso interior, principalmente no nosso interior e isso é muito tenso. Essa crise de identidade, quando você percebe que pode definir não quem você é, mas quem você quer ser e a dificuldade de decidir isso. Somos como um brinquedo de sucata, reaproveitando pedaços, traços, comportamentos e gostos das pessoas com quem vivemos direta ou indiretamente para construirmos essa coisa que chamamos de personalidade, uma coisa que, por mais que seja feita de muitas pessoas, é um produto final único, individual e complexo. E é essa complexidade que as vezes não é compreendida pelo outro. Querem que eu tenha definido quem eu sou. Só que eu conheço pessoas a todo instante e revejo e redefino quem eu sou e o que eu gosto e quero numa velocidade muito rápida e num movimento constante. Na essência eu posso ser a mesma pessoa, mas em relação ao resto é sempre mutável. Por exemplo hoje minha fruta preferida é abacaxi, o que eu odiava há doze anos atrás; os filmes de terror que eu amava antes hoje eu não assisto mais; antes eu tinha certeza que queria ser professora, hoje tenho certeza que não quero ser e assim por diante. Quase todas as certezas que eu tinha há anos atrás eu não tenho mais e as que eu tenho hoje talvez não existam daqui alguns anos.
Hoje, eu tenho uma necessidade imensa de satisfazer a Sabrina de 12 anos. Comprei os tênis que eu sempre quis naquela época, o videogame, os brinquedos... Me levo a todos os lugares que eu queria ir com aquela idade; ainda ouço todas as músicas que gostava naquela época, ou seja, vivo o presente baseado no meu passado, porque essa é a forma que eu aprendi a viver. Estou realizando hoje os sonhos que eu tinha quando tinha lá os meus doze anos, porque com essa idade, era tudo o que eu queria. 
Ninguém me explicou o que era ser adulto de verdade e o que isso implicaria. Não teve uma transição, um treinamento, um cursinho, um manual ou prova que fizessem pra saber se eu estava apta mesmo a "adultecer"; simplesmente fiz 18 e jogaram responsabilidades, expectativas e regras no meu colo e falaram: "se vira!". Horrível, né? Meu corpo cresceu e minha mente está perdida ainda tentando entender que merda é essa e onde eu estou. Crescer não foi facultativo pra mim e, gostaria de ter tido a opção de escolher se que queria isso pra mim ou não, sem julgamentos. As coisas acontecem muito rápido, num ritmo frenético e louco e sem muitas explicações. Queria processar quem inventou isso.
É tanta preocupação... Você tem que definir seu futuro e ao mesmo tempo já ir construindo ele. Não tem tempo pra planejamento, é ir pensando e fazendo, senão não dá tempo. Não é como a borboleta que, depois de lagarta ainda tem um tempo pra processamento antes da metamorfose, é pá pum, um estalo de dedos e você já é considerado adulto sem nem perceber.
Acho que talvez essa seja minha dificuldade, planejar o futuro. Eu não tenho tempo nem pra viver o agora, imagine o depois. Já pensou se eu planejo tudo e não consigo chegar lá? E se eu conseguir chegar, o que faço depois? Acho que hoje entendo porque pensam que jovens são inconsequentes e acham que não vão morrer, mas não é bem isso. No meu caso, como jovem, penso que o futuro é muito incerto pra gastar meu tempo todo pensando nele ou me privar de algo hoje por causa dele. Acho por exemplo que, já que a idade vai me privar de comer besteiras no futuro, tenho que aproveitar enquanto posso, da melhor forma possível, porque, ao contrário do que pensam, eu tenho certeza de que vou morrer e não sei quando, por isso tenho que fazer hoje tudo o que posso, aproveitar tudo, me dar o que eu puder, pois não sei o amanhã. Talvez esse ponto de vista meu seja incomum, mas pra mim faz todo o sentido. O que tiver que ser vai ser, simples assim. Não vou me restringir a ser feliz – é o único objetivo concreto de vida que eu tenho –, nem que seja comendo uma simples coxinha  com cremily, mesmo sabendo que vai me fazer mal depois. São essas minhas pequenas felicidades que me fazem conseguir seguir em frente a esse futuro tão incerto quanto o amanhã.



PS: Podem admirar, essa não é a Cristina Ricci, sou eu mesma de Vandinha/Wednesday Addams, #medeixaser.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Blengblemblem



O Sol já não brilha como antes e todo dia chove.
As gotas caem e se misturam com minhas lágrima e com o barro no chão.
E, de certa forma, me tiram a vida enquanto a dão à uma semente qualquer.
E isso sempre acontece desde que você se foi.
E desde que você se foi eu me perdi e, quando me acho, me vejo chorando por não poder te ter mais ao meu lado.
Você SEMPRE foi minha irmã, sempre foi parte de mim. Desde sempre esteve ali.
E compartilhamos o mesmo sangue, as mesmas memória, a mesma família, a mesma história e, agora todo o meu futuro não terá você presente.
Só me diz que está tudo bem, me deixa segurar sua mão.
Eu prometi que estaria sempre com você, mas você partiu e me deixou aqui.
Eu não poderia imaginar que houvesse dor assim.
Você sabe que sempre acreditei em você então, apenas me diz que está tudo bem e me deixe segurar sua mão...
Eu só pedi mais uma oportunidade de dizer que te amo. Quisera eu nunca ter dito e pudesse ter você aqui comigo.
Ah, Emily, você não sabe o quanto dói, que bom que não precisou saber.
Mas simplesmente não posso mais te ver, nem te abraçar e nem dizer o quanto te amo...
Entenda que eu sempre vou te amar, porque você vai sempre viver em mim, sempre fará parte de mim, para sempre.
Queria ser eu em seu lugar, você sabe. Eu teria sofrido, mas você estaria do meu lado, segurando a minha mão, e me diria que ficaria tudo bem e, simplesmente ficaria, porque eu acreditaria em você.
E você se casaria, e teria seus 70 filho e moraria na colina e seria tatuadora ou professora, ou arqueóloga ou tantas coisas que você já sonhou em ser e se lembraria de mim. Talvez então sentisse a dor que estou sentindo mas teria seus sonhos realizados.
Eu nunca tive tantos sonhos como você, nunca pensei de verdade no futuro e, simplesmente não consigo imaginar ele sem você. E nunca pensei que fosse existir um presente sem você segurando minha mão e me dizendo que vai ficar tudo bem.

Marejado


Sinto o gosto do mar em minha boca agora
E meus olhos ardem muito com o sal
E me perco nesse pequeno mar que seca em minha bochechas
Já não tenho controle de nada
Estou perdida
E apenas sigo para onde não sei
Sem vontades, sem sonhos, só dor
Pura e simplesmente dor
E não sinto fome, nem sede, nem nada além de frio
Não sinto nada por dentro, só um vazio
Que me faz flutuar na água e ir na direção que o mar me levar
ou me afogar


BrináH Alves - 2017

Nuvem



E eu sou mais uma delas
Bem longe de tudo e todos
Enfeitando o céu azul
e os desenhos das crianças de dias ensolarados
Sempre presente nos desenhos delas
ao lado de pássaros e aviões
Tendo formas diferentes para cada um que me observa

As vezes me encho com o vapor
que os rios e mares me trazem
E as pessoas não imaginam
o que acontece dentro de mim
E trovejo e produzo raios e medo
Isso é natural de qualquer nuvem, inclusive eu

E então eu chovo
e chovo muito
Devolvo aos rios e mares
o produto do que eles me deram
E chovo gotas grossas e pesadas
cheias de dor
até chover tudo que está em mim
E chovo por horas e dias
e já não sei para onde vou

Já não vejo o sol
então me junto à lua em sua tristeza
E me sinto leve agora
leve não, vazia
Vazia de tudo
de reações, de energia, de água, de vida
Estou perdida
E me desfaço com um simples sopro do vento


BrináH Alves 2017

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

2016 pra mim

Olá Spooks! Estão bem?
Hoje volto a trabalhar depois de 15 dias de férias mal aproveitadas e não remuneradas.
Pois é. O Ano de 2016 foi um ano cheio de surpresas pro mundo todo, ocorreram várias coisas que alterarão muito o ano de 2017 e, cá entre nós, esse ano já não começou lá muito bem.
Sei que todo mundo fala que o ano anterior foi muito difícil e tals, e que espera melhoras pro ano que vai chegar mas pra mim foi o contrário.
Sei que aconteceram muitas desgraças no ano 2016 na história do nosso país e do mundo, como por exemplo o massacre da nossa democracia, o término de vários casais que considerávamos eternos, acidentes diversos, ataques terroristas, corrupção e os assassinatos, discriminações e preconceitos que ainda temos infelizmente que passar.
Em 2016 também passamos por uma das fases mais difíceis do câncer da minha irmã, tivemos a perda de familiares muito importantes, tive diversas provações no trabalho e muita coisa ruim também. Só que, ao contrário da maioria das pessoas, não considero 2016 um ano tão ruim assim.
Cresci muito em questão de maturidade nesse ano e passei por coisas que nunca imaginei passar antes.

Andei de avião; virei a noite fora de casa na capital; saí do Estado; subi de verdade, sem atalhos o Pico do Jaraguá; fui pra praia/rio/cachoeira com amigos e pessoas que eu nem conhecia; visitei lugares que nunca tinha ido; enfrentei meu medo de altura várias e várias vezes; comecei um ano letivo sendo a única responsável por uma escola; os filhotes da Sim nasceram pela primeira vez com vida; aprendi a dar mais valor às pessoas e à vida; não sofri com depressão; descobri que ainda não preciso de óculos de grau; me conectei mais com minha família; perdoei as pessoas que me decepcionaram; não fiquei devendo pra ninguém; fiz diversas novas amizades; me conheci mais; me libertei de alguns pensamentos e definições que não me deixavam ir pra frente; finalmente decidi o que quero fazer da vida e aprendi diversas outras coisas de extremo valor para mim, que contribuíram muito para meu crescimento pessoal.
Como podem ver, pelo menos no setor pessoal, o ano de 2016 foi muito bom, não tenho do que reclamar.
Não posso dizer contudo que não passei por tribulações, mas essas me ajudaram mais ainda a crescer como pessoa, como ser humano. Como dizem, nem tudo é totalmente bom ou ruim, tipo o yin yang. O bem e o mal, o bom e o ruim, certo e errado existem em todas as coisas e pessoas e isso nos dá uma esperança e um aprendizado magnífico. Infelizmente, nada é fácil na vida e mesmo para conquistarmos algo muito bom, temos que abrir mão de outras coisas boas; sejam pessoas, objetos, projetos, sonhos, expectativas... Acho que o ponto que eu melhorei mais e o que acho mais importante é a gratidão por tudo. Se eu não tivesse passado por todos os problemas que eu passei, convivido com pessoas não tão boas assim, não teria aprendido tanto e ser tão mais grata e valorizar o que eu tenho, minha família, amigos, casa, trabalho.
Acredito que eu tenha gostado tanto assim de 2016 pois, no sentido pessoal já foi 10x melhor que 2015, e muito melhor. Sinto que finalmente andei pra frente e me libertei das amarras daquela mola que insistia em me puxar pra baixo e pra trás.
Espero que o ano de 2017 também seja 10x melhor que 2016 ou pelo menos que continue linear ao ponto máximo desse, mesmo o test drive desse começo de ano não tendo demonstrado ser tão bom...
É isso Spooks. Vou deixar minha opinião sobre o começo deste ano pra outro post... Bye!

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Metas para 2017

Olá Spooks!
Conforme prometido no post anterior, segue aqui as 100 metas que eu me proponho a cumprir de hoje ao final de 2017. Dessa vez vou tentar ser o mais realista possível para não me decepcionar de novo.
Segue listinha =)




  1. Tomar café no Starbucks
  2. Visitar o MASP
  3. Visitar a Pinacoteca de São Paulo
  4. Ir a um show
  5. Resolver meu cubo mágico 4x4 ao menos uma vez
  6. Comprar mais um Adidas Star
  7. Ter uma escrivaninha
  8. Fazer sozinha um pudim de leite
  9. Vender um desenho meu
  10. Guardar 3000 reais na poupança podendo gastar depois
  11. Aprender a tocar uma música inteira no teclado (pode ser jingle)
  12. Cortar o cabelo
  13. Contar o segredo para mais três pessoas
  14. Viajar pra algum lugar que eu nunca tenha ido
  15. Ir ao circo
  16. Experimentar alguma comida diferente que eu não comeria
  17. Publicar aqui os 50 vídeos sobre mim
  18. Ir ao oftalmo e caso precise, comprar meus óculos
  19. Subir em uma árvore
  20. Andar de bicicleta
  21. Revelar 30 fotos num álbum
  22. Comprar uma xícara personalizada
  23. Fazer uma pulseira de macramê
  24. Fazer uma tatuagem
  25. Terminar um curso
  26. Zerar a dívida do meu cartão de crédito ao menos uma vez
  27. Diminuir o limite do meu cartão de crédito
  28. Tocar violão para as crianças
  29. Entrar um dia às 07:00 ou antes no trabalho
  30. Organizar o arquivo morto do trabalho
  31. Trabalhar como voluntária ao menos um dia
  32. Doar Sangue ao menos duas vezes
  33. Compor uma música
  34. Escrever um poema ou poesia e postar aqui no blog
  35. Fazer o post sobre o Bullying
  36. Terminar as missões do The Sims Free Play
  37. Desenhar algo legal em um copo de vidro
  38. Desenhar/modelar minha escrivaninha e ver se há a possibilidade de mandar fazê-la
  39. Andar de avião
  40. Andar de barco/canoa/caiaque
  41. Pular de Paraquedas
  42. Escalar
  43. Jogar vôlei
  44. Ter uma bola de vôlei
  45. Arrumar meu quarto 100% ao menos uma vez
  46. Fazer mais 30 desenhos
  47. Terminar meu jogo do Unity
  48. Tirar meu passaporte
  49. Viajar para fora do país
  50. Terminar o post sobre Capitães da Areia
  51. Levar a Sim para castrar
  52. Fechar o jogo Sheep Dreams are made of this
  53. Fechar algum jogo de Play2
  54. Fechar um jogo do pc
  55. Fechar um jogo do celular
  56. Aprender a tocar mais 50 músicas no violão
  57. Me apresentar na formatura do 5º Ano 2016
  58. Correr 100m
  59. Ter ao menos mais 3 shorts
  60. Ter ao menos mais 2 vestidos
  61. Comprar um óculos escuro "de verdade"
  62. Manter um calendário para não esquecer datas importantes
  63. Comprar uma bota
  64. Comprar um sapato de salto
  65. Dar embora as roupas que eu não uso mais / nunca usei
  66. Furar o 2º furo da orelha direita
  67. Dar entrada em uma casa/terreno/apartamento ou juntar dinheiro para isso
  68. Investir meu dinheiro
  69. Postar ao menos uma vez ao mês no blog
  70. Tornar algum vídeo meu visível publicamente
  71. Fazer e terminar algum curso online
  72. Prestar Enem
  73. Visitar alguma exposição do CCBB
  74. Participar de algum evento no Teatro Municipal
  75. Ver uma peça de teatro
  76. Ver a orquestra Sinfônica/Filarmônica
  77. Ir para Campos do Jordão
  78. Ter um cacto e cuidar dele pelo menos até o fim de 2017
  79. Passar na fonoaudióloga
  80. Fazer acompanhamento com endócrino
  81. Organizar as pastas do meu pc
  82. Fazer pão
  83. Fazer lasanha
  84. Terminar 5 séries do Netflix
  85. Colocar aparelho ortodôntico
  86. Ir a um Spa
  87. Ir para Santa Rita
  88. Ir para alguma praia
  89. Ir para algum rio/cachoeira/lago
  90. Tentar ou tirar a carta de motorista
  91. Tirar todos os cravos do nariz ao menos uma vez
  92. Ir ao Playland ao menos em três brinquedos
  93. Jogar Boliche
  94. Acampar
  95. Fazer um TCC de psicologia
  96. Comprar uma cadeira de escritório
  97. Aprender a coreografia completa de uma música
  98. Reativar algumas amizades
  99. Dar um baita presente pra minha mãe
  100. Terminar o quadro dos irmãos
A lista é essa.
Tive que me esforçar muito pra conseguir completar as 100 metas, algumas como podem ver não são tão criativas ou boas assim, mas são metas alcançáveis que eu pretendo cumprir.
Quem sabe nesse ano eu não cumpra pelo menos 70 % delas? Ta aí minha meta 101.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

As metas de 2015 que eu atingi

Olá Spooks, vocês estão bem? Então tá bem.
No final de 2014, postei aqui 100 metas para o ano de 2015, tentando ser o mais realista possível para conseguir cumprir todas, mas logicamente, por "n" motivos não consegui cumprir todos no ano proposto, vindo a realizar alguns nesse ano de 2016. No próximo post vou colocar as metas para 2017, tentando mais uma vez ser o mais realista possível e generalizando o mínimo, mas, por enquanto deixo vocês com a meta que eu consegui cumprir nesses dois anos e as demais deixo como meta para atingir até o fim da vida. Não realizei nem um terço das metas, mas ano que vem pretendo mudar essa realidade.

Beijos e até!

  1. Dormir mais;
  2. Ler ao menos 1 livro por mês;
  3. Fazer uma viagem legal para fora do Estado;
  4. Fazer 21 anos;
  5. Estudar mais;
  6. Escrever no blog; se não uma vez por semana, no mínimo uma vez por mês;
  7. Falar mais;
  8. Fazer algo inesperado para mim mesma;
  9. Fazer uma amizade verdadeira;
  10. Encontrar uma maneira de me organizar no trabalho;
  11. Tirar todas as músicas propostas pelas bandas;
  12. Dar um rolê com o povo;
  13. Doar sangue;
  14. Brincar mais;
  15. Levar as coisas um pouco menos a sério;
  16. Experimentar algo novo;
  17. Tirar mais fotos;
  18. Ir à praia;
  19. Expressar o meu amor;
  20. Abraçar mais;
  21. Me deixar ser abraçada;
  22. Beber água todos os dias;
  23. Dançar sem medo;
  24. Ir trabalhar um dia de cabelo liso;
  25. Zoar mais;
  26. Ser menos orgulhosa;
  27. Me abrir mais com meus amigos;
  28. Aproveitar mais minha companhia;
  29. Ser mais criança;
  30. Ser um pouquinho menos pessimista;
  31. Me amar mais.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Probatório


[ALERTA DE TEXTÃO]

Olá Spooks, tudo bem?
Hoje eu vim falar sobre aquele que finalmente chegou ao fim nesse mês: meu estágio probatório.
Mas o que é esse estágio probatório afinal?
É um período pré-determinado que seu empregador tem para avaliar se você está apto ou não para um determinado cargo.
Pra quem não sabe, o estágio probatório de um servidor municipal aqui de Santo André e, acredito que na maioria dos cargos públicos (estou com preguiça de pesquisar) dura três anos. Sim, é esse tempo que eles levam pra ter certeza que podemos desempenhar nossas funções.
Na verdade acho que esse é o tempo que leva para aprender tudo o que precisamos de nosso cargo, já que, pelo menos aqui em meu município, eles te jogam no seu lugar de trabalho sem nenhuma preparação ou treinamento. Pra não dizer que não explicam nada, te informam no dia da integração os benefícios que você receberá e algumas outras coisas não referentes ao seu cargo, e sim ao de ser servidor, qualquer que seja a área que você vai atuar.
Lembro que nos primeiros dias, por trabalhar em período inverso ao dos meus colegas, eu não fazia nada, porque não sabia o que fazer, no que eu podia ou não mexer e etc. Fico pensando como seria caso não tivessem meus colegas de trabalho na escola, como eu faria as coisas, como saberia os procedimentos?
Talvez seja mesmo esse o motivo do probatório durar tanto tempo já que não existe isso de aviso prévio na prefeitura. Se a pessoa resolver exonerar hoje, amanhã ela já não precisa comparecer ao trabalho.
Mas, deixando um pouco de falar sobre como funciona a prefeitura da minha cidade, vamos falar sobre o meu probatório.

Posso dizer que esse período de três anos se resume em duas palavras: aprendizado e provação. Aprendi várias coisas e procedimentos da rotina de uma escola, assim como consegui desenvolver meus próprios métodos de trabalho com a finalidade de facilitar o mesmo. Encontrei minha própria forma de me organizar (embora visualmente não seja tão organizado assim) e aprendi com vários erros que cometi (e foram vários erros MESMO, de todos os níveis de gravidade). Aprendi a me socializar mais e recebi cooperação de alguns colegas, vivenciando experiências e conhecendo vivências diferentes. Fiz amizade com diversas pessoas de diversas religiões que conviviam muito bem e harmoniosamente entre si e percebi que ainda havia esperança de um mundo melhor.
Mas como nem tudo são flores, conheci durante esse trajeto pessoas que me magoaram demais, me desincentivaram, me humilharam, abusaram da minha boa vontade, diziam que eu não tinha responsabilidade, atrapalhavam meu crescimento, criaram apelidos pejorativos me chamando (sempre pelas costas) de "atrapalhadinha", "não amigável", "laranja podre", "leva e traz" e coisas do tipo. Quem me conhece sabe como sou e essas pessoas nem se deram a oportunidade de me conhecer antes de me julgar ou me difamarem. No primeiro ano, admito, senti vontade de jogar tudo pro alto e desistir.
O pior é que isso não se resumia só a mim. Via pessoas falando mal de outra pelas costas e depois marcando de sair, toda amiguinha; via pessoas tratarem com diferença as outras devido à classe dessas pessoas ou funções que exerciam; via gente que se negava a trabalhar por estar "quase no horário de ir embora", mesmo faltando meia hora pra ir, ou até uma hora inteira. Via gente que não limpava o café que ela própria havia derrubado no chão, porque isso não era "função" dela...
Cheguei a ficar com depressão, voltei a desacreditar de tudo o que eu achava que era bom, e passei a fazer terapia para conseguir seguir em frente. Aprendi que na provação, no teste que você vive durante esses três anos, o mais difícil não é aprender, desenvolver ou fazer o seu trabalho, mas sim conseguir lidar com todo tipo de pessoa e com os defeitos que à essas vêm atrelados.
Bem, aí chegaram as minhas férias e algumas das várias amizades (e digo várias mesmo, uns 80% do povo que trabalhava lá) que eu consegui cultivar, mesmo dentro de uma corja, me ajudaram a seguir em frente e arriscar o novo, sair e parar de ficar me castigando pra tentar provar alguma coisa. Agradeço muito a essas pessoas, pois sem elas não sei se teria passado por esse probatório, na certa já teria desistido ou perdido o juízo. Graças ao incentivo delas saí de lá e me dei a oportunidade de me soltar, crescer profissionalmente (não em relação a salário, mas a aprendizado e responsabilidades) e provar, mesmo não estando no mesmo ambiente que as pessoas que eu queria mostrar (na verdade esfregar na cara), que eu sou capaz sim, posso fazer um trabalho bem feito sim e, se duvidar, com algumas melhorias ainda. Tive a oportunidade de construir o meu próprio espaço, desenvolver meu próprio método de trabalho e conhecer novas pessoas, maravilhosas e não tão maravilhosas assim, mas que nem nos meus "piores dias" me fazem sentir da maneira que eu estava antes.
Obrigada a todas as pessoas que me provaram que nem todo mundo é mal, à minha biguinha pra sempre e a todas as amizades que eu fiz nesse período que, mesmo as vezes não mantendo tanto contato, vou levar pra sempre no meu coração e pra minha vida.
Fico muito feliz desse período ter acabado e eu ter provado, não só para a prefeitura como para eu mesma, que eu estou apta sim a exercer minha função e continuar no meu trabalho.

Desculpa o textão aí, estou inspirada hoje, rsrs.
Boa noite Spooks, see you soon.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Stay Strong


Olá Spooks, tudo bem?
Hoje estou usando esta frase maravilhosa como título não porque sou lovatic ou algo do tipo, mas porque é o que eu tenho me dito nos últimos dias.
Minha irmã não tem melhorado e isto tem acabado comigo, mas tipo, acabado mesmo.
É difícil ver alguém que você ama, alguém de sua família nessa situação.
Sinto que tenho que ser forte por ela, e por minha família e por mim mesma, mas está cada dia mais difícil. Sabem, ela estava tão bem, tão animada e agora essa recaída. Acho que se tudo isso que está acontecendo agora já tivesse acontecido quando ela ainda estava mal eu não estaria assim. O fato de ela estar bem em um minuto e péssima no outro, assim, de uma hora pra outra, isso acabou comigo.
Eu queria vê-la, mas ao mesmo tempo não quero. Sabe, quero estar ao lado dela neste momento difícil, quero que ela saiba que pode contar comigo, ainda mais agora, mas sinto que não terei forças o suficiente pra não desabar na frente dela.
Eu não sei se estou preparada pra ver ela mal depois de tudo que ela já passou.
Eu sou desesperada, sabem, e ela já falou que odeia isso em mim.
Eu só quero vê-la bem, de verdade, de uma vez pra sempre, preciso dela bem pra que eu possa ficar bem.
Já nem respondo mais a verdade para aqueles/as que perguntam para mim como ela está, não quero falar a verdade, quero continuar acreditando que ela está bem, e o fato dela não estar me faz morrer por dentro.
Muitas pessoas não sabem o que é passar por isso, e realmente, desejo que nunca saibam.
Ontem minha mãe chegou me dizendo que estava despedaçada por dentro e é assim mesmo que me sinto em relação à Emily.
Se eu pudesse trocar de lugar, se eu pudesse passar por tudo isso no lugar dela, ou se ao menos eu pudesse fazer alguma coisa, mas minha vontade não vai curá-la.
Desculpa o desabafo com vocês Spooks, mas eu precisava contar para alguém.
Só espero que eu consiga permanecer forte por ela.





sábado, 2 de julho de 2016

Good times for a change ♫


Olá Spooks! Tudo beleza com vocês?
Pra quem não conhece o título deste post é um trecho de uma música dos Smiths, chamada "Please, please, please let me get what I want", que é uma música maravilhosa e que vem sendo a trilha sonora da minha vida ultimamente.
Muita coisa mudou do ano passado para cá.
Minha irmã descobriu um câncer, eu saí das duas bandas, nunca mais desenhei, mudei meu local de trabalho, conheci novas pessoas, fiz novas amizades, cortei meu cabelo duas vezes, recentemente a Sim sumiu, eu comecei a fazer teatro, e até troquei de domínio como vocês podem ver.
Como sempre algumas dessas mudanças não foram boas, mas a maioria foi. Na verdade a maioria foi ruim, mas a importância das mudanças boas é maior.
Estou falando isso porque, mais uma vez tomei a decisão de mudar. Sabem, não é porque eu quero, e não é mesmo. Eu preciso mudar. Vai ser fácil? Não, mas eu preciso.
Infelizmente o sabrinabrinah.com eu perdi devido eu não ter dinheiro na época da renovação (crise do feijão), e para reavê-lo eu teria que pagar mais de trezentos reais, mas eu não vou pagar esse absurdo. Resumindo: tive que comprar outro domínio, o que implica eu ter que atualizar todas as minhas redes sociais, todo o blog e tudo o mais. Ao configurar o domínio de novo, percebi também que não faço mais parte das bandas, que não posto nada em nenhum outro blog e que aquele slideshow, minhas páginas e tudo o mais não correspondem mais a minha realidade, então comecei a pensar.
Comecei a pensar não só no blog, mas em tudo.
Sabem, já estou nas minhas segundas férias da vida e dessa vez não estou aproveitando nada, fazendo nada, apenas durmo o dia inteiro, depressiva, sem vontades e nem sede, sem motivação. Estou uma caca, um mijo de rato, me sentindo uó e, sinceramente estou odiando me sentir assim. Na verdade nem ódio eu estou sentindo, é muito intenso esse sentimento pro meu estado emocional de nada.
É por isso que, pra variar, decidi mudar mais uma vez, aplicar a filosofia do "agora só falta você" na minha vida e mudar e fazer tudo o que eu quero fazer. O problema é que eu nem sei o que eu quero fazer de verdade.
Poderia fazer mais milhares de promessas à vocês, dizer que farei um vlog e que postarei um vídeo novo por semana, ou que postarei aqui uma vez por semana, ou que farei mais um curso, ou que montarei mais uma aula de desenhos simples, mas não, não vou prometer mais nada. Ao ver o blog, percebi que fiz um monte de promessas que não cumpri, que todos os planos que eu tenho, por mais que sejam motivadores na hora, após um tempo desaparecem. Não quero e não vou mais prometer nada pra vocês. A partir de agora pretendo fazer primeiro e falar depois. E digo pretendo porque não quero decepcioná-los mais uma vez.
Não quero me deixar abater de novo, e acreditem, estou quase lá.
Espero que me entendam e que me aceitem mesmo assim.
Amo vocês.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

I just can't take this



Olá Spooks...
Sabem, ultimamente eu tenho andado tão decepcionada com algumas coisas que vêm acontecendo que nem tenho mais vontade de escrever aqui.
Aconteceu comigo uma daquelas coisas que você sabe que existem, conhece a possibilidade de acontecer com você ou com alguém querido, mas que acredita que nunca vai acontecer. E, sabe, quando dizem que não é fácil, nem chega perto do que é.
Primeiro você pensa que não é verdade, depois não aceita e depois chora. Chora como você nunca chorou antes. E o pior que você nem sabe porque está chorando, se é de raiva, de tristeza, de dor, de indignação, se é porque se sente incapaz de mudar a situação ou se simplesmente é porque não é justo. Talvez seja um pouco de tudo isso, misturado, ao mesmo tempo.
Esse misto de sensações ruins te engolem simultaneamente e a única coisa que você consegue fazer é chorar, e então você chora até perceber que não é o que você deveria estar fazendo.
Você deveria estar sendo forte, estar dando força, mas é tão difícil... Tem situações que são tão incapacitantes... Mas você TEM que ser forte, e você até tenta, mas não consegue e desaba de novo e então começa a fingir que está tudo bem, que é o que eu estou fazendo agora. Bem, não é que finjo que está tudo bem, é que TEM que estar tudo bem e eu não aceito outra coisa.
É, Spooks, minha irmã está com câncer e é assim que estou lidando com isso.
Sabe, qu só queria que as pessoas parassem de falar que vai dar tudo certo, porque simplesmente já deu tudo certo, TEM que dar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Sem título, porque sim


Olá Spooks, tudo bem?
É, chega de preguiça e vamos à ação!
O trabalho está bem puxado até agora, mas não se preocupem, vez ou outra eu continuarei aparecendo aqui pra conversar com vocês, ou melhor, soliloquiar com vocês...
Minha vida ultimamente deu umas reviravoltas e meus hábitos estão totalmente diferentes, minha rotina de ponta cabeça. Tenho trabalhado muito e essa tem sido minha única atividade. Fora isso a única outra coisa que fiz com tal afinco foi chegar até o último episódio exibido de Pretty Little Liars 6x15 (Gosto mesmo, e daí?). Quando não estou trabalhando estou dormindo e às vezes, até dormindo estou trabalhando e dessas duas coisas a única coisa que quero fazer quando não estou fazendo uma é a outra, ou seja: só penso em trabalhar e dormir, afinal, pra que mais? Não que eu tenha me tornado uma workaholic, é só que tenho muito à fazer e pouco tempo para tal. Não é como se eu sentisse que não tivesse tempo o suficiente para fazer tudo o que quero, é mais que o serviço estabelece alguns prazos que me deixam de cabelo em pé. Mas vamos deixar o emprego um pouco de lado...
Agora, falando de mim. Eu também tenho mudado muito, ou pelo menos penso assim. Acho que estou me descobrindo, tentando formar minha personalidade. Sei que se espera que aos vinte e um a pessoa já tenha uma personalidade formada, mas não aconteceu assim comigo. É agora que comecei a pensar e repensar minha personalidade. Acredite, foi muito mais difícil do que eu pensava que seria descobrir onde terminava o eu e começava o outro. Na verdade, é como se eu fosse vários fragmentos de várias pessoas, vários caquinhos de personalidades, traços, trejeitos de seres que eu conheci juntos numa pessoa que eu chamo de eu. É estranho.
Estava ontem vendo vídeos da minha infância e tentando entender quem era aquela menininha que não parava de sorrir e amava aparecer, que era toda saltitante e alegre. Queria saber em que momento isso mudou e em que exato instante eu comecei a ser moldada pelos outros. Às vezes eu queria ser aquela menininha sorridente de novo. Eu sou tão diferente dela... Sou retraída, tímida, gosto de ficar o mais fora de vista possível, cheia de inseguranças e vergonha. Fico me perguntando o porquê que fazem isso com uma criança. Crianças são anjos que têm as asas cortadas quando crescem e são obrigadas a manter os pés no chão. São impedidas de voar e ficam assim, que nem eu. Eu fico pensando que essa crueldade não deveria acontecer.
Quando se torna adulto as pessoas colocam expectativas em você. Na verdade tem uma bolha de obrigações não ditas que colocam em você logo depois que consideram que você deixou de ser criança. São muitos nãos, aliás tudo é não. Não pode, não deve, não é apropriado. Não te dão mais o direito de ser curioso. Adulto não tem inocência, curiosidade. Qualquer pergunta simples pode ser considerada indelicadeza e todos aqueles porquês que você pensa são calados, você nunca terá a resposta, pelo menos não mais do jeito simples, que é perguntando.
Um dia, na escola que eu trabalhava, uma criança me perguntou o porquê de eu ter um dente no céu da boca. Fiquei, num primeiro momento chateada com a pergunta e pela criança ter reparado nisso. Depois de um tempo, ao responder a pergunta, me dei conta que era só uma pergunta. Ela tinha ficado curiosa com aquilo, tipo eu quando criança, quando me perguntava o porquê de várias coisas que me eram diferentes e eu não conhecia, quando eu só perguntava pra saber e me dar respostas. A criança não estava me julgando ou reparando um defeito em mim, ela só queria saber a resposta pra uma coisa que era diferente pra ela.
Neste dia eu percebi que, se eu quisesse fazer o mesmo pelo mesmo motivo, o resultado não seria o mesmo. Além de não ter a minha resposta, que seria o único objeto de desejo da minha pergunta, ainda seria taxada de indelicada ou mal educada. Por que um adulto não pode ter a ingênua curiosidade de uma criança? Só porque envelhecemos de uma hora pra outra acham que perdemos isso de uma hora pra outra? Não é assim que funciona. Apenas escondemos nossos desejos, vontades  e curiosidades legítimas em um lugar que, de preferência, elas não apareçam, até uma hora em que essas desaparecem e nos tornamos adultos legítimos: ranzinzas e sem sal. Sabe, não tô afim disso.
Ao contrário: vou usar toda a "liberdade" de escolha que nos dão quando adultos (afinal, agora somos os responsáveis por nossos atos) para voltar e desfazer todas essas amarras e nãos e obrigações tácitas que me foram involuntariamente impostas pra me redescobrir e tentar voltar a ser eu antes que eu e esqueça de quem sou.
À partir de há um tempo, a única pessoa que pode me dizer não sou eu. Por isso vou saciar as minhas dúvidas e tomar mais de um Yakult por dia e perguntar à um estranho qual o nome dele e do que ele gosta, simplesmente porque sim, não há mais ninguém pra me impedir. E pouco à pouco vou fazer o que eu quero e ser de novo a menina sorridente e saltitante que eu realmente sou.


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

De Sabrina de 21 para Sabrina de 11



Bem, agora você estará na 5ª série, ano de 2005, período da tarde, morando na casa da sua avó.
Começando pela escola, você está em uma sala que não conhece ninguém exceto duas pessoas. Essas duas pessoas não são as certas pra você andar, e, embora sua primeira atitude seja de fazer isso, bem, não deveria, não vai dar muito certo, mas você vai perceber. A sua única amiga da 4ª série nem vai te conhecer mais, pois é. Você vai ao Playcenter! Me faz o favor de ir na montanha encantada, pelo amor de Deus! O Playcenter vai fechar alguns anos depois e você até vai de novo, mas já não vai ter montanha encantada. Uma das pessoas do grupo que foi com você vai na montanha encantada, ela vai se tornar uma das suas melhores amigas.
Na sexta série, as coisas vão se estabilizar e você vai ter uma amiga e um amigo. Essa amiga vale a pena, mas você vai acabar sem contato com ela; tente não fazer isso, ok?
No meio da sexta série, você vai ser convidada a mudar de período pelo diretor e vai aceitar. Será uma das melhores escolhas que você já fez. Vai reencontrar a maior parte do povo da 4ª série. As melhores não são as melhores. Você vai perceber isso até tarde demais, mas daí até a 8ª, depois que sair das melhores vai ter o melhor grupo de amigas da sua vida em questão de grupos. Não deixe isso acabar também, ok? Hoje em dia vocês nem se falam, e isso não é bom.
NÃO CORTE UMA FRANJA PRA PARECER A NICOLE! Aquilo era um aplique, pode acreditar. Assuma seus cachos, é bem melhor. A franja vai ficar horrível, tipo aquela do interior e você usará bandana no Ensino Médio por causa disso. Não tenho tanta vergonha hoje em dia da bandana e nem tenha você também, mas é melhor evitar e a franja, nem pensar. Você vai amar seus cachos mais tarde. Vista o que quiser. Você não terá uma calça de Rapper, mas terá mais que um Adidas Star no futuro. Vai demorar um pouco mais vai chegar.
Nunca durma no quarto da sua avó. Vocês vão sair de lá em breve e morarão na melhor casa que você já se lembrou de ter morado. Até vai ter seu próprio quarto por um tempo.
Cuida da Aliah mais que tudo. Tenha o sono leve, pois quando ela te deixar você não vai suportar. Você não suporta até hoje e dói muito. Não faça isso conosco. E não doe o MiniNão, a mulher não vai cuidar dele. Tente levar o Sujeira no veterinário se der. Dê leite pra ele.
Você vai prestar uma prova na ETE e vai passar. Eu não gostei muito do Ensino Médio, eu estava com depressão. Então, se puder já saber disso, se prepare emocionalmente e se doe o melhor possível, pois senão tudo aquilo de melhor aluna vai pelos ares. Você vai se assustar com as matérias, mas estude, evite faltar e chegar atrasada, pois senão você não vai conseguir sair disso.
Aproveite seu primeiro emprego. Não deixe sua mãe te colocar em nenhum curso. Deixe desde já suas opiniões. Conte o que você já sofreu. Nunca esconda nada dela, vai ser mais fácil pra nós se não fizer isso.
Seus pais vão se casar. Tente não fazer chapinha neste dia. Mas fique tranquila, eles vão se separar também. Tente conversar com sua mãe para que não seja nas piores circunstâncias como foi. Seu pai não vai mudar, esquece. Vocês ainda não se resolveram, então tente fazer isso por nós aí desde 2005.
Aproveite a banda, também vai acabar. Mas zele pela sua saúde antes de tudo.
Espere até o meio do ano e preste Design de interiores, pois você prestou ADM e não gostou. Desgaste físico e emocional, não faça isso.
Aliás, você acertou! Você tem sim um pulmão pequeno! Na verdade é uma bolha que amassou ele, mas estava certa. Você vai fugir de uma cirurgia antes de fazer a do pulmão. Não fuja da cirurgia. Os motivos parecem ser autênticos agora, mas você vai se livrar de muitos problemas mesmo se fizer essa cirurgia quando te pedirem. Nenhum dos seus motivos vale o sacrifício.
Cuide de seus dentes, vá atrás de por um aparelho, pois até hoje você não colocou e eu tenho medo de dentista, tente mudar isso.
Você vai trabalhar depois que seu primeiro emprego falir, vai arranjar outro. Seja firme. Não deixe montarem em você. Não se estresse, você vai passar num concurso público.
Tente resolver tudo isso e talvez eu não exista e sejamos mais felizes e menos traumatizadas. Ou faça tudo isso e vamos tentar enfrentar esses problemas de alguma forma.

Dicas para você que podem ser clichês pra você agora, mas que são verdade:

  • Sempre pesquise antes de comprar, vale a pena;
  • Confie na sua intuição, ela sempre esteve certa;
  • Não faça as coisas só pra agradar os outros, você vai se dar mal;
  • Não confie em ninguém, exceto seus irmãos e mãe, pois não é só porque devem ser confiáveis que os outros o são. Vai aprender isso um pouco tarde;
  • Nunca se deixe ser chantageada, principalmente emocionalmente. Nunca! Mesmo que a escolha te doa. 
  • Nunca corte um franja;
  • Esmola demais desconfie. Sempre veja sua fatura quando for pagar. Eles aumentam o limite sem te falar;
  • Aproveite sua infância enquanto ainda é criança, não tente crescer rápido demais, mesmo as circunstâncias te forçando. Ser adulto é um porre;
  • Aproveite sua família, algumas pessoas irão e você nem terá a chance de dizer adeus, então aproveite tudo e todos;
  • Separe um tempo pra você, é necessário e bom;
  • Aprenda sempre algo novo sempre que tiver a oportunidade, você é muito boa nisso;
  • Não desista dos seus sonhos (só de ser Profª de matemática - essa disciplina só é legal até a 8ª);
  • Leia mais, cante mais e dance mais (você ainda não sabe dançar, mas mesmo assim não deixe de fazer isso);
  • Faça um curso de Teatro;
  • Não durma sem resolver todos os seus problemas, principalmente interpessoais;
  • Seja menos orgulhosa, mas não tanto;
  • Saia mais;
  • Se ame;
  • Ame e viva todas as pessoas, coisas, momentos e dias da sua vida intensamente como se fossem o último.








quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Careta, conservadora, blá blá blá

Foto nada a ver só pra ilustrar o post


Olá Spooks, tudo bem?
Hoje mais uma vez, pra não variar vou falar de mim.
Muitas pessoas tem alguns julgamentos sobre eu que me deixam muito irritadas. São coisas simples da minha personalidade que condizem com o que penso e faço, e fazem o total sentido pra mim.
Como por exemplo a respeito de drogas. Eu não consumo bebidas alcoólicas, não injeto heroína na veia, não fumo nenhum tipo de coisa, não cheiro carreirinha de nada, não tomo LSD ou quaisquer outros tipos de entorpecentes deste tipo. Pra ser sincera, nem remédio eu gosto, e só costumo tomar ou quando estou muiiiito mal mesmo ou quando o médico me receita. Isso faz de mim uma pessoa careta? Ótimo! Serei careta eternamente...
Também detesto ter que sair de casa, não gosto de baladas, de barulho, de excesso de pessoas num mesmo ambiente, não gosto de socializar com estranhos, nem de ficar beijando qualquer um, de sair ficando com qualquer um. Isso me faz antissocial? Isso sempre foi básico de mim,então que seja...
Também não gosto de expressar meus sentimentos a todo tempo, não costumo mostrar afeto em público, não costumo me compadecer com os sentimentos alheios, não costumo chorar quando vejo alguém chorando, não costumo contar uma mentirinha para agradar alguém. Isso me faz uma pessoa seca? Talvez eu seja mesmo...
Não simpatizo com pessoas e animais que me sufocam de tanta carência, não gosto de drama, não tenho paciência com pessoas que desistem de tentar, não gosto de pessoas que perguntam ou repetem as mesmas coisas a toda hora, ou aquelas que tentam agradar demais, não gosto de quem fica me puxando o saco, nem de quem se faz de gentil demais. Isso me dá o título de impaciente? Ok, aceito...
Também não gosto de dividir o que é meu, não gosto que mexam nas minhas coisas, não gosto de nada que me desagrade, prefiro fazer coisas que me tragam alguma vantagem, tenho ciúmes dos meus amigos, família, animais, coisas e espaços. Sou egoísta ou possessiva devido a isso? Beleza!
Não gosto da maioria dos vegetais e legumes e verduras ( aliás só como batata, alface, repolho e de vez em quando cenoura), odeio ervilhas, não gosto de calça saruel, não gosto de roupa muito colorida, não gosto de roupa amarela, nem de costela, nem da maioria das carnes de porco, nem de peixe, nem de bacon, nem de modinha, nem da maioria das músicas atuais, nem de usar coisas dos outros. Isso me faz uma pessoa muito enjoada, não é mesmo?
Não me sinto a vontade com roupas muito curtas, não gosto de expor minha vida pessoal, nunca sequer pensei em colocar um alargador, não penso em fazer tatuagens, não gosto de ver pessoas se beijando em público. Nossa! Como eu sou conservadora...
Resumindo eu sou: careta, antissocial, seca, impaciente, egoísta, possessiva, enjoada, brega e conservadora. Nossa! Quanta coisa que eu sou...
O que me irrita de verdade Spooks, é que é somente isso que as pessoas vêem. Elas pegam a definição de uma das coisas que eu faço ou deixo de fazer e me dão o título daquilo. Por exemplo me consideram seca por não falar nada quando alguém perde um parente, mas não conseguem ver que nessas situações eu me vejo impotente, sem saber o que fazer, e essas pessoas também não vêem que eu sou proativa com todos, apenas enxergam um defeito enorme por uma única ação que eu tive.
Elas não vêem o outro lado, não conseguem entender que, pra eu ser do jeito que sou, eu tive os meus traumas, os meus erros, minhas aprendizagens do ambiente familiar e social que me moldaram pra ser desse jeito. Eu, por exemplo, não costumo demonstrar sentimentos de afeto devido minha família materna não ter esse costume e eu ser criada praticamente a infância inteira com essa família; não quer dizer que eu não sinta afeto, ou sinta menos porque não demonstro...
As pessoas tem que entender que, fazer ou não, gostar ou não, usar ou não algo não me faz uma pessoa melhor ou pior. Eu não tenho religião, isso faz de mim uma pessoa pior? Se você acha que sim, você já me perguntou os motivos para isso? Consegue se colocar no meu lugar, passou pelas mesmas experiências que eu para saber o porquê de eu não seguir nenhuma? Então como conseguirá me julgar corretamente?
É exatamente isso que eu procuro, Spooks: não julgar as pessoas por determinada ação ou pensamento que ela teve em determinada situação ou momento; e é isso que quero que façam comigo também. Porque tudo tem, no mínimo dois lados e é sempre importante enxergar os dois antes de chegar a um consenso sobre algo.
Por isso peço pra vocês que ouçam, observem atentamente, pensem e somente quando achar que é necessário verbalizem, não discutam por qualquer coisa, muito menos com alguém que você tem certeza que não poderá fazer nada a respeito. Aliás, respeitem; esse é o segredo pra serenidade.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Sobre eu cantar

Spooks! Tudo bem?
Espero que estejam gostando do meu reaparecimento repentino aqui de novo.
Quem diria que eu postaria mais de uma vez por mês hein?
Pois é... Tenho alguns projetos em vista. O das Tags já está rolando, mas me aguardem que eu tenho mais por aí.
Mas voltando ao tema do post, pois é. Já disse aqui mais de uma vez que não me considero cantora e que o faço por hobbie. Aliás, nunca imaginei uma carreira sólida neste ramo, embora tenha me dedicado ao máximo em ambas as bandas que tive, sempre disponível, aberta a sugestões e dando o máximo da minha voz.
É, mas ultimamente não tenho me sentido bem cantando. A foto que você veêm ao lado foi de um show que aconteceu em Julho, no Turma da Amizade, depois de anos sem nos apresentarmos lá. Sabem, foi ótimo estar lá de novo, ver as pessoas cantando junto, mas minha voz falhou e falhou feio.
Infelizmente venho anunciar aqui a minha saída tanto da Banda Tera quanto da Stunder.
Ultimamente, e não só após esse show, tenho sentido que tenho perdido o controle sobre minha voz, principalmente depois que meu nódulo da Tireóide aumentou. Tudo o que eu sentia, a felicidade, a gratidão e o orgulho que eu sentia quando fazia os shows se transformou em medo. Um medo extremo de errar, de minha voz falhar e eu não conseguir consertar ou não prever. Me sinto insegura cantando publicamente e isso é horrível.
Se antes, que minha voz estava melhor, eu já não gostava de me mostrar cantando (Facebook no caso, aqui ninguém lê mesmo) por achar que não era boa o suficiente que, por se tratar de um hobbie eu não deveria deixar as pessoas acharem que eu sou mais do que uma simples vocalista. E não estou me colocando pra baixo não, é só que nunca foi tudo isso que as pessoas pensam. Mas mesmo eu não me considerando uma cantora profissional, sempre gostei de cantar. É libertador, é felicitante, é ótimo; mas ultimamente não tem sido, e é por isso que estou saindo.
Fora isso, pretendo fazer uma cirurgia no final deste ano e não sei como ficará minha voz.
De qualquer forma, não vou dizer adeus, mas quem sabe um "Até breve"....

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Devaneios noturnos

Original de http://www.quasesertao.com/2011/07/em-defesa-do-devaneio.html

Hoje eu sinceramente não estava com vontade de escrever aqui, mas ultimamente tenho passado tantas noites em claro, tanto tempo acordada levada por devaneios e pensamentos tão aleatórios, tão fúteis e importantes ao mesmo tempo que achei melhor escrever.
Há dias que tento esvaziar minha mente e apenas dormir em paz pra conseguir seguir um novo dia como sendo novo e não com os cansaços e lamentações do dia anterior. E isso vem ocorrendo há tanto tempo que simplesmente estou em débito com meu sono.
As vezes eu tento esconder meus sentimentos, minhas lembranças, tento recalcá-los, arquivá-los em algum lugar do mais difícil acesso em minha memória, que já não é tão boa ultimamente, mas simplesmente não consigo. E como se não fosse o suficiente ruminar as lembranças e traumas de anos, todos os dias uma nova coisa acontece e entra para a lista.
Tenho ficado muito ansiosa ultimamente. Frequentemente me vejo de punhos e dentes cerrados em uma atividade mental e emocional intensa, totalmente dispersa do que acontece ao meu redor.
Sinto que estou no limite de algo que desconheço e temo ao mesmo tempo.
Tudo mudou tão rápido ao meu redor, de uma hora pra outra e sinto que fiquei estagnada não só no tempo mas em meu próprio mundo.
É como se eu estivesse o tempo todo lutando contra mim, como se estivesse no cabo de guerra mais tenso do mundo, como se a minha vida dependesse do equilíbrio dessas duas eu e como se, para isso, as duas tivessem que usar sua força total, sem possibilidade de ceder em momento nenhum. Como se as duas estivessem lutando pela minha vida e, ao mesmo tempo tentando derrubar a outra.
As vezes penso que seria magnífico se pudéssemos ter um botão de desligar, ou até mesmo de standby. Melhor ainda, poderíamos ter uma alavanca no cérebro que desligasse automaticamente quando seu uso fosse excessivo, dando um tempo de descanso antes de religar, como aquela alavanca do chuveiro que tinha em casa. Isso resolveria tantos problemas. Não guardaríamos bronca de uma pessoa, muito menos descontaríamos essa bronca em outro. Dormiríamos felizes e acordaríamos renovados, sem dor de cabeça ou excesso de preocupação. Mas, infelizmente, não é assim.
Infelizmente somos vítimas e prisioneiros de padrões, do tempo, do dinheiro, da opinião alheia, dos nossos princípios, dos nossos medos, inseguranças e desejos. Infelizmente, por mais que tentemos ser livres, não o conseguimos em todos os aspectos necessários, sempre nos prendemos a algo ou alguém.
Antes de fazer 18 anos, sonhava com essa data, com o dia em que finalmente seria livre, independente. Mas naquela época, pensava que independência era poder ir ao médico sozinha, ter minhas próprias decisões e não ser mais mandada. Além de não ter conseguido algumas coisas das que citei, percebi que ser independente, ser livre abrange muito mais do que apenas esses conceitos. Aliás, ao contrário do que eu pensava, depois que fiz meus 18 anos, me tornei mais enjaulada e controlada ainda. Quando te classificam como adulta, te dão objetivos, expectativas, funções e obrigações que você nunca imaginava que deveria ter. A proteção acaba. Sua inocência, mesmo que ainda exista é considerada como algo mal, desnecessário, inexistente em você; afinal, você é um adulto, já sabe de tudo e qualquer tipo de curiosidade agora será visto como ignorância, burrice.
As vezes penso que essas duas Sabrinas no cabo de guerra são o que eu sou realmente e o que querem que eu seja, são minha infância e minha vida adulta, meu passado e o meu presente, nenhuma das duas sendo totalmente má ou totalmente boa, mas em certo aspecto, homogêneas.
Pra ser sincera, não gosto de nenhuma das duas, mesmo as duas estando do meu lado do jogo, e é esse que eu penso ser meu maior problema.
Sempre fui altruísta, sempre gostei de ajudar e a maioria do que recebi em troca foi abandono e desprezo, raiva e indiferença. Não que eu quisesse receber algo em troca, é que simplesmente eu não queria MESMO receber algo em troca.
Eu sempre me importei muito com os outros, simplesmente pra fugir de ter que me importar comigo mesma. Eu me conheço no mesmo nível que me desprezo: totalmente. E é por isso que estou solteira, distante do resto do mundo se querem saber. Sou incapaz de amar eu mesma, imagine outra pessoa.
Mas eu tenho tentado e isso já é uma vitória pra mim. Pelo menos as noites mal dormidas têm me dado algum fruto. Tenho mais tempo com minha companhia, tenho aprendido várias coisas que admiro em outras pessoas para conseguir me admirar e, principalmente, me orgulhar de ser eu.
Isso infelizmente é um passo pequeno demais ainda, mas já é um começo, não é?
Não espero realmente que compreendam esse texto, eu o fiz pra tentar chegar as minhas conclusões e organizar um pouco as idéias enquanto o sono não vem. Funcionou!
Obrigada mais uma vez Spooks e, é claro, eu.


 
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